Carta
Aberta dos Servidores da Seduma ao Novo Governador do Distrito Federal
Brasília 26 de Novembro de 2010
Ao Ilustríssimo Senhor Agnelo Queiroz,
Governador do Distrito Federal Eleito pela Coligação Novo Caminho
Como
cidadãos brasilienses e servidores da Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Urbano, Habitação e Meio Ambiente – SEDUMA queremos, primeiramente,
cumprimentá-lo pela vitória nas urnas, sobretudo por saber que o programa de
governo que Vossa Excelência apresentou à sociedade traz como meta síntese estabelecer
um novo caminho para o desenvolvimento do Distrito Federal,
intento que também perseguimos e queremos ver concretizado.
Governar
o Distrito Federal é missão tão honrosa quanto desafiante. Particularmente em
um momento político delicado como este, onde a desconfiança dos brasilienses
nos seus governantes é imensa. Os motivos para tal sentimento coletivo são
vários, desde a insatisfação com a prática de políticas equivocadas e
prejudiciais ao interesse público – vide a realidade sociourbana que nos cerca –
à falta de ética dos últimos mandatários no trato dos recursos públicos.
Nesse
contexto de descrença na estrutura político-administrativa, é natural que o
governo de Vossa Excelência traga esperança para todos. O crédito depositado no
seu programa de governo expressa não só a vontade inequívoca de que sua
administração não repita os erros e os desvios éticos dos últimos tempos, mas,
ao contrário, avance na construção de uma cidade mais justa, equitativa e
saudável, na qual os serviços públicos sejam eficientes e funcionem em prol do
cidadão. Anseio comum que, por si só, lhe impõe grande responsabilidade
administrativa.
A
expectativa da população brasiliense, da qual compartilhamos, é que
efetivamente se cumpram os compromissos assumidos por Vossa Excelência no
período eleitoral, e que foram sintetizados no seu programa de governo da
seguinte forma:
“O compromisso
do nosso governo será seguir um novo caminho. Desenvolver o Distrito Federal,
de forma sustentável e socialmente justa, com distribuição de renda,
recuperação dos serviços públicos e participação de todos.”
Ao
que nos compete com servidores públicos, responsáveis pela execução da política
urbana do Distrito Federal, reiteramos nosso empenho em contribuir para que se
instale outra ordem institucional nesse setor administrativo, que venha
permitir ao desenvolvimento urbano trilhar por um novo caminho, onde a ética e
o interesse público se sobreponham.
No
entanto, mudanças na administração pública não se fazem só com discursos e boa
vontade. É preciso criar condições políticas, técnicas e operacionais para que
elas aconteçam. Temos consciência que a melhoria do quadro institucional da
área de planejamento e desenvolvimento urbano de uma região metropolitana do
tamanho, importância e complexidade da de Brasília, é um grande desafio.
Ainda
mais, quando se sabe que a gestão do seu território foi tão negligenciada nos
últimos anos, por conta da conduta insensata de governos anteriores, que
legaram enorme passivo para as administrações subseqüentes. Especialmente no
que concerne à desarticulação da máquina pública, ao uso perdulário do solo, ao
desrespeito ambiental, à especulação imobiliária, aos projetos urbanos
equivocados, aos programas habitacionais ineficientes, ao comprometimento do patrimônio
histórico e cultural da cidade, entre outros temas.